Ponto, PGD e curricularização da extensão: intensificação do trabalho e burocratização do IFSP.
Julho de 2023
Ponto, PGD e curricularização da extensão: intensificação do trabalho e burocratização do IFSP.
Julho de 2023
O controle do ponto, o PGD e a curricularização da extensão são as três políticas que marcam a gestão Silmário até o momento. São três políticas que, além de não melhorarem em nada as atividades do IFSP, deterioram as condições de trabalho.
O controle de ponto sempre foi discutido entre os TAEs, mas não conseguimos realizar uma mobilização suficiente para barrá-lo. Com a imposição de quatro marcações feita pelo Ministério da Economia, aqueles que não aderiram ao PGD precisam marcar a entrada, a saída para almoço, o retorno do almoço e a saída.
Na prática, isso não reflete a realidade, pois as pessoas podem marcar o ponto e continuar trabalhando, podem marcar o horário de almoço e sair depois, acaba sendo somente tentativa de realizar um controle dos servidores com mais uma burocracia.
O ponto desorganizou a atividade no campus. Os relatos são que segundos são descontados e as horas a mais trabalhadas não são contabilizadas. O controle do ponto virou mais uma tarefa burocrática para os servidores, que precisam ficar constantemente conferindo e remarcando os horários, e essa atividade extra sobrecarregou as coordenações.
O PGD, como alertado pelo sindicato, seria uma roubada. Em primeiro lugar, nem todos os servidores podem aderir. Em segundo lugar, ele é objeto de avaliação qualitativa, abrindo possibilidade para os docentes se transformarem em carrascos ao avaliar os pares, assim como as chefias imediatas no caso dos TAES
As avaliações do PGD não obedecem critérios objetivos. E, embora os servidores realizem seus planejamentos e executem as entregas conforme o Plano de Trabalho, nem sempre as chefias entendem dessa forma, avaliando negativamente os TAEs, numa demonstração de abuso moral.
A curricularização da extensão tem sido implementada sem nenhuma infraestrutura e sem adequada composição de horas de trabalho. Cabe ao professor, ir atrás de parcerias e de elaborar projetos, sem que estas horas de trabalho sejam computadas na jornada de trabalho, pois somente a realização do projeto de extensão é contado como horas de trabalho e não a sua elaboração, que é bastante trabalhosa. Fora toda a dificuldade de articular ensino e extensão, transporte, compatibilidade de horários, recursos financeiros…
As regulamentações chegam de cima para baixo, sem discussão com quem vai executá-las. Essas imposições geram impactos na sala de aula, na organização da rotina dos servidores, na gestão de pessoas, na parte administrativa com a adequação dos sistemas. Sem a infraestrutura adequada para organizar as atividades de extensão, como disponibilidade de ônibus para levar os estudantes aos locais a serem realizados os projetos, a disponibilidade orçamentária para realizar os acordos e convênios, o desenvolvimento da atividade fica impossível e cabe aos docentes inventar alguma proposta viável, fora de sua jornada de trabalho. Os sistemas, como o Suap, não estão preparados para receber essas atividades, então, criam-se novos ambientes, novas páginas, novos relatórios, dificultando a localização das informações e aumentando a carga de trabalho.
Na prática, o trabalho no IFSP tem se burocratizado ao extremo e o sindicato está com dificuldades de enfrentar essa situação. Precisamos nos mobilizar e frear esse trem desgovernado.