Sobre a campanha salarial
Sobre a campanha salarial
Agosto de 2023
Começamos mais uma campanha salarial para a reposição de 2024. Esse ano, tivemos uma reposição emergencial de 9% que é pouco, frente às perdas acumuladas de 60% desde 2015.
Para que uma campanha seja vitoriosa, ela precisa ser amplamente discutida com as bases. É preciso uma rodada de assembleias de base, nos campus e seções, mostrando as perdas e discutindo o índice de reajuste a ser reivindicado. Materiais de campanha devem ser produzidos para que os coordenadores de base consigam mobilizar os servidores.
Apenas após essa discussão, é que a proposta deve seguir para o SINASEFE Nacional e para os fóruns dos servidores como o FONASEFE. O caminho percorrido para a campanha salarial deste ano tem sido o oposto.
Se a proposta encontra eco na base, ela tem força. Portanto a discussão ampla não é perda de tempo e sim ganho de força. O governo sabe quando uma proposta está sendo aprovada pelos servidores e já começa a trabalhar nessa perspectiva.
Se o governo negar a proposta da base, terá se mostrado um quadro para uma grande manifestação. Rodadas de negociação são feitas, tentando chegar a um acordo.
Se o governo se mostrar intransigente, aí podemos falar em greve. Mas uma greve que decorra naturalmente da negação das expectativas que os servidores criaram no seu processo de discussão. Portanto, não devemos promover greves artificiais determinadas de cima pra baixo por uma burocracia sindical.
A discussão das carreiras seguiu outro caminho e tende a ser mais vigorosa, pela movimento crescente que realizou ao longo deste ano discutindo com as bases. O processo sempre deve vir pelas bases!
Cabe lembrar que parte da direção do Sinasefe era contrária ao debate sobre carreira para privilegiar a movimentação sobre reposição salarial, entretanto não conseguiram fazer um amplo debate nas bases. Propor agora uma paralisação, sem que venha de um processo de discussão, parece contraproducente.